Ao contrário do que ocorreu há dois anos, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) caminha para ter uma eleição pacífica para a mesa diretora para o próximo biênio. O pleito está previsto para ocorrer no início de fevereiro deve ser de “paz e tranquilidade” com a reeleição quase que garantida de Rodrigo Bacellar (União).
Em 2023, o Partido Liberal teve um racha pela cadeira mais almejada da Alerj: Bacellar estava no partido e era o candidato apoiado pelo governador Cláudio Castro. No entanto, uma ala dissidente do partido, capitaneada pelo presidente estadual, e deputado federal, Altineu Côrtes que apoiava outro correlegionário: Jair Bitterncourt. A disputa causou um racha no governo recém eleito, com brigas internas que respingaram na composição do secretariado de Castro. A votação quase parou na Justiça — que chegou a determinar a que o voto fosse secreto — e terminou com Jair retirando a candidatura minutos antes e Bacellar eleito com 56 dos 70 votos.
Mas, dessa vez, a poucas semanas dos deputados escolherem quem será o novo presidente da Alerj, acordos estão sendo costurados para evitar os atritos do último pleito. Agora no União Brasil, e presidente estadual da sigla, Bacellar deve abrir mão da 1ª vice-presidência da Assembleia, que está com seu partido, para aceitar em sua chapa um nome indicado pelo PL. Este cargo é estratégico, já que o indicado assumiria o comando da Alerj, caso Bacellar decida sair candidato ao governo do Rio em 2026.
Caso consiga o apoio da ampla maioria dos deputados antes da eleição, Bacellar deve conseguir ir à votação como candidato único à presidência. Isso porque para concorrer é necessário que se apresente uma chapa para a Mesa Diretora com mais 12 nomes.
— A busca pela unidade na Casa, com amplo diálogo, tem sido a tônica nesta articulação para a composição para a Mesa. São modificações pontuais, como a possibilidade da 1ª vice-presidência para o PL, que tem a maior bancada da Casa. Lembrando que na atual composição o União Brasil conta com a presidência e 1ª vice — diz Bacellar.
A composição das comissões permanentes também passa pelo acordo em torno da candidatura de Bacellar, sobretudo na de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Alerj. Ela é presidida por Rodrigo Amorim, que é próximo de Bacellar e foi o candidato do União Brasil na eleição municipal. O PL, no entanto, cobrou que a presidência do partido. Por isso, Amorim deve se filiar a sigla e manter o cargo na CCJ.
Os nomes para as outras comissões ainda está sendo discutida, mas deve haver poucas mudanças. As principais trocas são nas cadeiras que eram ocupadas por seis deputados que tomaram posse como prefeitos no começo deste mês.
Entre elas, está a comissão de Saúde, que era presidida por Tande Vieira (PP), agora prefeito de Resende, no Sul Fluminense, e a Comissão de Defesa e Proteção dos Animais, presidida por Léo Vieira (Republicanos) que se tornou prefeito de São João de Meriti.
Outra vaga que está em aberto é a de líder do governo Cláudio Castro. O antigo, Doutor Serginho, venceu as eleições de Cabo Frio e deixou a Alerj. Um dos cotados a assumir o posto é o atual secretário de Agricultura Doutor Deodalto, que está licenciado e faz parte da atual mesa diretora da Alerj. Na costura que está sendo feita nos bastidores, Jair Bittencourt, que tentou disputar a última eleição contra Bacellar, poderia reassumir a pasta.