Belarus estaria disposta a usar as armas nucleares dadas pela Rússia, aliada próxima, diante de uma “agressão” estrangeira, disse o presidente Alexander Lukashenko na quinta-feira (17), à medida que as tensões aumentam nas fronteiras do país com as nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Minsk desempenhou um papel fundamental na guerra da Rússia na Ucrânia, com Moscou usando Belarus como uma de suas plataformas de lançamento para a invasão no início de 2022, enquanto exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus no ano passado alimentaram preocupações de que as tropas belarussas poderiam se juntar às forças russas em o conflito.
Em junho, ogivas nucleares russas teriam sido entregues à Belarus para “dissuasão”, de acordo com o presidente russo, Vladimir Putin.
Em entrevista à agência de notícias estatal Belta, Lukashenko afirmou que a Belarus “nunca se envolveria nesta guerra”, a menos que os ucranianos cruzassem sua fronteira. Mas acrescentou: “Continuaremos ajudando a Rússia, eles são nossos aliados”.
Ele também alertou que, se provocado – especialmente por países vizinhos da Otan, como Polônia, Lituânia e Letônia –, Belarus “responderia imediatamente com tudo o que temos”, incluindo armas nucleares.
Não está claro quanto do arsenal nuclear da Rússia foi transportado para Belarus recentemente, e as autoridades americanas e ocidentais não confirmaram publicamente que quaisquer armas tenham sido transferidas – embora altos funcionários da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA) tenham dito que “não há razão para dúvida” afirmação de Putin.
Durante a entrevista, Lukashenko disse que se Belarus fosse atacada, “não vamos demorar, esperar etc. Usaremos todo o arsenal de nossas armas para dissuasão”.
“Não trouxemos armas nucleares aqui para assustar alguém”, acrescentou. “Sim, as armas nucleares representam um forte fator de dissuasão. Mas essas são armas nucleares táticas, não estratégicas. É por isso que os usaremos imediatamente assim que a agressão for lançada contra nós.”
Fonte: CNN